quarta-feira, 3 de junho de 2009

Agradecimentos


O nosso grupo de trabalho agradece inteiramente a ajuda preciosa, disponibilidade e interesse da Srª Drª Cláudia Freire, psicóloga de Leiria, que nos auxiliou na realização deste trabalho, esclarecendo algumas dúvidas, de modo a corrigir a informação adquirida para obter alguma credibilidade. Também agradecemos aos alunos da nossa escola que realizaram os nossos inquéritos sobre a esquizofrenia que nos permitiu ter uma noção da informação que a sociedade tem deste tema e se, de algum modo, seria possível integrar um doente esquizofrénico na sociedade e a todos os leitores do nosso blog.
Com isto, finalizamos o nosso blog e trabalho da disciplina de Área de Projecto neste ano lectivo 2008/2009 do 12º ano. Esclareceremos todas as dúvidas posteriores a esta finalização e esperemos que tenha sido interessante e cativante para todos.

Elementos do grupo:

Diana;
Ekaterina;
Mónica.
Leiria

Conclusão Pessoal do Grupo


Como conclusão final e resposta a questão central, “Será que um doente esquizofrénico consegue inserir-se na sociedade?”, podemos afirmar que sim, é possível, em alguns casos um doente esquizofrénico inserir-se na sociedade e inclusive exercer uma profissão. Contudo, na sua maioria, a integração processa-se de um modo muito difícil e por vezes até chega a ser impossível, visto que se trata de uma doença de foro metal bastante instável. Assim, destacamos o facto, de que como qualquer outro doente, os indivíduos esquizofrénicos não têm culpa da doença que sofrem e o seu comportamento é baseado naquilo que acham correcto e aceitável, “no seu mundo”, o que muitas vezes não está de acordo com a realidade. Por isso, deixamos aqui o apelo para que se ponham no lugar destes doentes, que como alguns outros não têm hipótese de cura, pois imagine:

Como seria se a sua vida tal como a conhece, e as memórias do seu passado, não desaparecessem, simplesmente nunca tivessem existido.

Esquizofrénicos Famosos



John Forbes Nash

Matemático, professor e Prémio Nobel da Economia cuja vida é retratada no filme “Uma Mente Brilhante” (A Beautiful Mind) nasceu a 13 de Junho de 1928 em Bluefield, West Virginia, nos Estados Unidos.



Syd Barrett

Um dos fundadores da famosa banda inglesa “Pink Ployd”, originalmente era o vocalista, guitarrista e principal compositor da banda. Foi também um guitarrista inovador, um dos primeiros a explorar completamente as capacidades sonoras da distorção e especialmente da máquina de eco.



Jack Kerouac

Escritor franco-americano, nasceu a 12 de Março de 1922, em Lowell, Massachusetts, e faleceu a 21 de Outubro de 1969, em St. Petersburg, na Florida.
Escreveu a sua obra-prima “On The Road”, em 1957, livro que seria consagrado mais tarde como a “bíblia hippie”, em apenas três semanas.



Van Gogh

Vincent Willem Van Gogh, (Zundert, 30 de Março de 1853 — Auvers-sur-Oise, 29 de Julho de 1890), aclamado pintor holandês, considerado o pioneiro na ligação das tendências impressionistas com as aspirações modernistas e cujo talento só foi reconhecido após a sua morte.

terça-feira, 2 de junho de 2009

É Capaz de Exercer uma Profissão?


A esquizofrenia é uma doença pouco noticiada, embora toda a gente tenha ouvido falar dela poucos sabem o que realmente é. Por isso, e tal como acontece com inúmeras outras doenças, os indivíduos que sofrem dela são muitas vezes discriminados e postos de lado pela sociedade. Contudo existem casos de sucesso. A família é um elemento muito importante na constituição de um indivíduo, nos seus hábitos, é a base para grande parte do seu comportamento. Torna-se assim importante referir que o ambiente familiar tem grande importância na recuperação de um indivíduo doente, e neste caso em particular, ganha relevo, já que se trata de um distúrbio que provoca a perda da noção da realidade, onde o apoio familiar pode contribuir para uma melhor reintegração no mundo real. Quando os distúrbios não são muito profundos, ou seja, o doente ainda não atingiu o estado de paranóia, é possível, de um modo mais fácil, que estes recuperem e desfrutem de uma vida “normal”, apesar de continuarem sujeitos a medicação, já que cerca de 3/4 dos doentes em recuperação de um quadro agudo de esquizofrenia mostra algum afastamento social, preferindo estar sozinhos. Dado este contexto patológico, o sujeito diagnosticado com alguma forma de esquizofrenia, não detém aptidões quer cognitivas, quer de natureza social para o exercício de uma actividade profissional regulada, apesar disso, existem excepções, em que os esquizofrénicos revelam aptidões “artísticas”. Assim, torna-se possível, se de uma forma controlada, que uma pessoa que sofra de esquizofrenia exerça uma profissão e que se torne útil socialmente. Existem até casos de pessoas, que embora sofressem desta doença, conseguiram tornar-se famosas, quer pelo facto de combaterem a doença de forma notável, quer por se destacarem nas suas áreas de trabalho.

É Socialmente Activo?

A esquizofrenia, devido às suas características, foi durante muito tempo um sinónimo de exclusão social…No entanto não pode ser encarada como uma desgraça: tem que ser vista como uma barreira que impede o desenvolvimento natural!!!

Os aspectos essenciais da Esquizofrenia são um misto de sinais e sintomas característicos (tanto positivos como negativos) que estiveram presentes por um período de tempo significativo durante 1 mês (ou por um tempo menor, se tratados com sucesso), com alguns sinais do transtorno persistindo por pelo menos 6 meses. Esses sinais e sintomas estão associados com acentuada disfunção social ou ocupacional.A Esquizofrenia envolve disfunção numa ou mais áreas importantes do funcionamento (por ex., relações interpessoais, trabalho, educação ou higiene).
Se a perturbação começa na infância ou adolescência, entretanto, pode haver um fracasso em conquistar o que seria esperado do indivíduo. O progresso educacional frequentemente está perturbado, podendo o indivíduo ser incapaz de terminar a escola. Muitos indivíduos são incapazes de manter um trabalho por períodos prolongados de tempo. A maioria (60-70%) dos indivíduos com Esquizofrenia não se casa, e a maior parte mantém contactos sociais relativamente limitados.Os indivíduos que eram socialmente activos podem perder o interesse em actividades com as quais anteriormente sentiam prazer, tornar-se menos faladores e curiosos, e passar a maior parte de seu tempo isolados.

Instituições / Apoios

Para o esquizofrénico obter uma maior qualidade de vida, sucesso, autonomia e realização pessoal, é importante que o processo de reabilitação seja um processo contínuo. Para atingir estes objectivos, além do conhecimento por parte do doente sobre a sua doença para conseguir controlá-la, foram criadas estruturas de apoio, denominados equipamentos substitutivos (à estrutura de manicómios) como por exemplo:
  • CAPS (Centros de Atenção psicossocial);
  • Centros de Convivência;
  • Oficinas;
  • Hospitais dia;
  • Serviços residenciais terapêuticos;
  • Empregos apoiados;
  • Fóruns sócio-ocupacionais.
Os esquizofrénicos sofrem geralmente um período em que os seus sintomas são particularmente graves. Assim, a maioria das pessoas com esta doença precisam de ser hospitalizadas durante esse período de tempo ou quando sofrem uma recaída, que pode ser devida à interrupção da medicação. Porém, quando a medicação se mostra eficaz, podem ser tratados em centros de dia ou de reabilitação ou outros serviços.
Deste modo, em geral, o modo de apoio a estes doentes nas instituições e outros (no que diz respeito também ao modo de tratamento), como por exemplo no ambiente familiar, a intervenção situa-se a nível de:
  • Acompanhamento médico-medicamentoso;
  • Psicoterapia;
  • Terapia ocupacional (individual ou em grupo);
  • Intervenção familiar;
  • Psicoeducação.
Quando o tratamento é baseado só pela psicoterapia, por vezes não é eficaz no tratamento dos sintomas da esquizofrenia. Assim, o aconselhamento individual e em grupo e a informação sobre a doença podem fornecer apoio, desenvolvimento de competências e amizade não só para os doentes como para as suas famílias. Investigações mostram que as pessoas que seguem programas estruturados de reabilitação psicossocial e continuam com o seu tratamento médico controlam melhor a sua doença.
Também, existem programas especiais que são aplicados como uma abordagem psicossocial muito eficaz nos doentes mais graves ou aqueles que além de sofrerem uma doença mental também sofrem de abuso de substâncias. Estes programas conjugam o esforço intensivo de equipas em comunidades locais para ajudar as pessoas a permanecerem fora do hospital e a viverem de forma independente. Assim como os assistentes sociais e outros técnicos do terreno ajudam os doentes a resolver eficazmente os seus problemas quotidianos, certificando-se que os medicamentos estão a ser tomados da forma correcta e ajudam-nos a lidar com os desafios da vida do quotidiano (compra de alimentos, gestão financeira).
A intervenção activa da família é especialmente essencial para o tratamento, reabilitação e reinserção social, tendo os técnicos de apoio uma função muito importante que é de ajudar de modo a permitir que esta sobreviva às dificuldades. Assim, também o ambiente envolvente do esquizofrénico é benéfico, se proporcionar o alívio de tensões, como foi visto nos tratamentos.

Representa um Risco/Perigo para a Sociedade

Sendo a nossa problematização do trabalho: “Um doente esquizofrénico pode inserir-se na sociedade?”, realizámos uns inquéritos (apresentados em anexo, assim como os respectivos gráficos de analise) que foram realizados por alguns alunos da nossa escola, para analisarmos a nossa sociedade escolar em termos de informações e aproximação deste tema da esquizofrenia. O nosso objectivo em concreto foi de termos uma percepção da possibilidade da integração de uma pessoa esquizofrénica nesta amostra de população e verificarmos a consciência desta população acerca deste tema, ou seja, se têm informações acerca deste ou se têm percepções erradas sobre os esquizofrénicos.
Tendo em conta a afirmação adquirida podemos afirmar que de um modo geral as pessoas têm consciência que esta é doença do foro mental, contudo, erradamente confundem-na com distúrbios de personalidade, sendo vaga a noção do que realmente se trata. De uma forma geral o sentimento de indiferença predomina, o que pode dificultar a integração dos sujeitos esquizofrénicos na sociedade em geral, o que pode dar origem a preconceitos e discriminação.
De um modo mais geral, a indiferença e a falta de informação por parte da população desencadeia a falta de apoio e marginalização destes doentes, porém dependendo do distúrbio e da fase em que se encontra, o sujeito pode ter uma vida “normal”, e quando controlado e apoiado pode mesmo exercer uma profissão.
Em suma, estes indivíduos não têm necessariamente de representar um perigo para quem os rodeiam, pois com o devido acompanhamento podem ser socialmente activos, porque com a falta destes podem tornar-se realmente perigosos, o que acontece frequentemente quando estes se tornam sem-abrigo.

Como são Vistos pela Sociedade

A esquizofrenia é uma doença mental que é diagnosticada em pessoas e sendo pessoas, estão inseridas numa sociedade, porém, dependendo da sociedade e das pessoas envolventes nelas e do tempo histórico, os esquizofrénicos podem ser vistos e tratados de maneira diferente dos outros, ou seja, o significado de esquizofrenia é diferente conforme os países e os seus pontos de vista dos grandes psiquiatras e pessoas neles envolventes. Também, ainda existem muitos mitos e incompreensões acerca desta doença, o que dificulta a sua inserção perante a sociedade. No que diz respeito ao abuso perante a sociedade sobre a esquizofrenia e a exclusão social, diagnósticos de esquizofrenia já foram usados para fins políticos em vez de terapêuticos. Na União Soviética criaram uma subclassificação de esquizofrenia para silenciar os dissidentes políticos ou forçá-los a desistir das suas ideias através da utilização forçada do tratamento. Também houve situações semelhantes na China, ou seja, houveram abusos de psiquiatras. A doença mental é frequentemente relacionada com exemplos do quotidiano que nos aparecem: um mendigo que deambula pelas ruas, que fala sozinho e que diz ter 16 personalidade; crianças tímidas e introvertidas, com dificuldades ao nível de relacionamento e com pouca interacção emocional e os adolescentes que enfrentavam a sua fase crítica de aceitamento. Isto levou à exclusão social, apesar de ser puramente subjectivo e precipitado. Assim, um dos maiores medos que a pessoa com esquizofrenia sente é o de ser acusada por preconceitos sociais relativamente à sua doença, em particular a ideia de que a pessoa é violenta e perigosa, ideia esse que estudos recentes põem completamente de lado. Deste modo, uma das grandes dificuldades destes doentes é também a sua integração no mercado de trabalho, existindo uma grande competitividade, levando a que muitos acabem por desistir. Os esquizofrénicos também podem apresentar sintomas depressivos, mesmo sem ter haver com a doença. As desilusões e desapontamentos dos fracassos em manterem um emprego ou tentar voltar a estudar ou ter um grupo de amigos, leva os esquizofrénicos a ter sentimentos de frustração. O suicídio é também outro aspecto frequente, que pode ter origem em vários factores: o sofrimento psíquico associado à própria vivência psicótica e o aspecto crónico e recorrente da doença que afecta muitos jovens. Porém, o tratamento da esquizofrenia pode ajudar a tratar os sintomas, e a permitir que os doentes possam viver as suas vidas de forma satisfatória e produtiva. Como curiosidade, uma em casa 100 pessoas é esquizofrénica, independentemente da sua raça, cultura e classe social, porém, segundo estudos, depende de outros factores (como por exemplo os factores ambientais). Deste modo, é mais frequente em mulheres do que em homens, afecta mais imigrantes do que nativos, é mais comum em cidades do que nas áreas rurais e afecta mais os países desenvolvidos do que nas nações mais pobres e manifesta-se habitualmente entre os 15 e os 25 anos, podendo variar de região para região.

Modos de Lidar com a Doença

Perante uma pessoa esquizofrénica, o apoio da sua família ou amigos é um esforço muito difícil e emocionalmente desgastante, principalmente quando o doente tem uma recaída. Para a família pode significar uma carga financeira pesada que afecta o trabalho e a vida quotidiana dos familiares e por vezes, a reacção emocional por parte das pessoas que cuidam dos esquizofrénicos e o método que usam para lidar com eles não são eficazes ou os mais indicados, como por exemplo, controlar o comportamento da pessoa, criticando-a ou protegendo-a excessivamente. Deste modo, é importante as famílias receberem informações adequadas sobre a doença e o seu tratamento, bem como receberem aconselhamento familiar, para lhes dar apoio emocional e conselhos práticos sobre o modo de como controlar o comportamento do esquizofrénico. Assim, os grupos de apoio e outras instituições, são bastantes importantes no acompanhamento do doente e da família durante toda a evolução da doença, sendo uma das etapas principais da família, que é juntar-se a um grupo de apoio.
Como já foi referido, a família dos doentes com esquizofrenia é uma peça muito importante a todo o nível, tanto como social, como também apenas para sobreviver, cuidando deles de acordo com as suas necessidades e disponibilidade dos serviços de saúde mental e de apoio à comunidade de forma a proporcionar uma vida independente do doente, ajudando-o a controlar a sua doença.
Assim, as famílias que tratam, com mais sucesso, um familiar que sofre de esquizofrenia são aquelas que aceitam a doença e as suas dificuldades, que são realistas naquilo que esperam do doente e delas próprias. Desenvolver e manter estas atitudes é um processo em curso para a maioria das pessoas, mas isto pode acontecer mais fácil e rapidamente com o apoio compreensivo dos outros.
A contínua investigação científica está sempre em evolução podendo trazer novas descobertas e novos tratamentos que, no futuro, darão uma nova esperança para os doentes esquizofrénicos. Por enquanto, deve-se tentar ajudar o doente a viver a vida da melhor maneira forma possível, para tentar concretizar uma vida normal e integrado na sociedade.

Diagnóstico

O diagnóstico da esquizofrenia tem sido criticado como desprovida de validade científica.

Críticas:
  1. Não existe uma dimensão individual da doença em que varia continuamente;
  1. Falta de coerência nas definições utilizadas para os critérios, sendo importante para a avaliação das ilusões e a desordem no pensamento, uma vez que os sintomas não são específicos, englobando diferentes comportamentos.
Estudos publicados afirmam que o diagnóstico de esquizofrenia é muitas vezes subjectivo e pouco fiável e que o diagnóstico tende a atingir cerca de 65% de fiabilidade. Deste modo, alguns críticos sugerem o abandono deste diagnóstico.
Algumas pessoas, com um estudo relativamente novo, já apresentaram uma maneira de fazer um diagnóstico através da presença de défices neorocognitivos específicos. Estes assumem a forma de uma redução em funções psicológicas básicas, como a memória, atenção, função executiva e resolver problemas. Esta é a causa da maioria dos pacientes esquizofrénicos.
Porém, alguns investigadores teorizam que talvez seja possível, no futuro, criar um teste genético para facilitar o reconhecimento das pessoas em risco.